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Entre 1974 e 1978, o artista Cildo Meireles recriou uma nota de dez cruzeiros, moeda corrente à época, numa litografia em papel offset. Ele apagou o número um, que, à direita do zero, imprimia valor ao pedaço de papel e, depois, inseriu na cédula as imagens de um indígena e de um paciente psiquiátrico.
Na obra “Zero Cruzeiro”, o artista plástico criticava a desvalorização da moeda nacional, frente ao cenário de inflação, questionando também o próprio valor da arte em relação ao capital. Meireles, que mantinha voz ativa contra a ditadura, reverenciava duas figuras —o indígena e o paciente psiquiátrico— marginalizadas pelo poder do Estado.
Foi com alívio, portanto, que o artista soube da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, na eleição presidencial, decidida neste domingo. Na visão do artista, o mandato de Jair Bolsonaro, do PL, esboçou uma volta ao autoritarismo, tão característica dos anos do regime militar.
“Bolsonaro é um delinquente vulgar, passou o tempo todo correndo da polícia”, diz ele. “Foi uma vitória da sociedade civil brasileira e da democracia, depois de mais um teste que o nosso regime político sofreu.”
Segundo Meireles, os quase quatro anos de Bolsonaro no comando do país impuseram dificuldades aos artistas, com poucas exposições e incentivos aos museus. “Sobrevivi graças ao mercado externo”, afirma. “Para a maioria de nós, foram anos de pindaíba, uma catástrofe de cabo a rabo.”
Durante a corrida eleitoral, o artista sentiu falta de mais debates com propostas para o fortalecimento da cultura no país. Meireles espera um amadurecimento de Lula, em sua terceira vez na presidência. Além do fomento às atividades artísticas, ele também deseja que o líder petista priorize o combate à fome e a preservação do meio ambiente.
Já o artista plástico Ernesto Neto acordou nesta segunda-feira num estado de alegria intensa, como se estivesse num sonho. Não por acaso, ele diz ter vivido um pesadelo durante o governo Bolsonaro. Conhecido pelas esculturas e instalações, Neto diz que a arte ficou mais enquadrada nos últimos anos, com uma revalorização da pintura.
Ao mesmo tempo, a repressão de Bolsonaro aflorou novos temas no circuito da arte contemporânea, tal como o aparecimento da arte indígena e negra nos principais museus do país. “É uma oportunidade do Brasil sair desse lugar do acordão, que aparece na história desde a Independência e ter responsabilidade histórica. Nesse país, não temos um dia que lembre o fim da ditadura, assim como ainda não sabemos quem mandou matar Marielle Franco”, diz Neto.
De acordo com o artista, a própria arte pode mudar o paradigma do país. Segundo ele, a exploração dos ciclos econômicos do Brasil colonial se faz presente agora, com a exportação de commodities, como a soja.
Enquanto isso, as pautas de costumes, que foram prioridade de Bolsonaro, só prejudicaram a imagem do artista na sociedade. “Nós artistas seremos sempre um incômodo para um antidemocrático como Bolsonaro”, diz ele, esperando que a arte se torne, nos próximos quatro anos, mais comunitária e interativa.
No circuito das artes, os museus sofreram com a asfixia financeira e a guerra ideológica empreendida pelos governistas. A Secretaria Especial da Cultura arquivou os planos anuais de 2022 de diversas instituições. Para o Museu de Arte de São Paulo, o Masp, o governo aprovou apenas R$ 8 milhões, sendo que a entidade utiliza cerca de R$ 42 milhões de isenção fiscal ao ano.
Diretor e presidente do Masp, Heitor Martins minimizou o impacto do bolsonarismo em sua administração, afirmando que o museu manteve boas relações com todos os governos. “É muito importante que o Lula reconheça agora o papel central da Lei Rouanet, assegurando o bom funcionamento das leis de incentivo”, afirma.
Situação semelhante ocorreu com a Pinacoteca do Estado de São Paulo. Embora sua governança remeta ao estado, o museu capta anualmente cerca de R$ 18 milhões. Mas, neste ano, teve de funcionar com apenas R$ 6 milhões. Nesse sentido, a eleição de Tarcísio de Freitas, do Republicanos, para o governo estadual acende um alerta para o futuro da instituição.
Diretor da Pinacoteca, o alemão Jochen Volz, afirma que a falta de recursos foi um obstáculo para todos os museus, mas espera que as esferas federal e estadual adotem uma estratégia de cooperação. “Creio que o Tarcísio vai reconhecer a importância da cultura para São Paulo, como disse na campanha”, afirma Volz. “Então, vamos criar planos juntos a partir de bases sólidas.”
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