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O indiano Shemin, 36, funcionário de uma loja de artigos para celulares no Qatar, mostra a sua paixão pela Argentina Gabriela Biló/Folhapress
Na linha vermelha do metrô de Doha, Emin Ezdan, 1, está impaciente no colo da mãe Afreen Shihabudeen, 26. Mesmo nesta idade, quer brincar com o celular. Camisa amarela e shorts azul, ela está a caminho de seu primeiro jogo da seleção brasileira.
Mãe e filha estão acompanhadas da tia Sefreen Fthima, 19, e dos avós Shihabudeen Mohammed, 60, e Ruby Shihabudeen, 45. Todos são da Índia.
“Toda família é fanática pelo Brasil. Esperamos há meses por este jogo”, afirma Shihabudeen, que não via a hora de chegar ao estádio de Lusail, onde a equipe de Tite estrearia na Copa do Mundo contra a Sérvia nesta quinta-feira (24).
Na mesma estação e em direção à mesma arena, Hassan Malik, 43, acompanhava os cantos dos argentinos no trem na última terça-feira (22). Ele sabia as palavras das músicas em espanhol e o que significavam. Mas não domina a língua.
Nascido no Bahrein, ele mostra para um turista vindo de Buenos Aires suas fotos de quando foi ver a Argentina nos Mundiais de 2018, na Rússia, e 2014, no Brasil.
“Você é torcedor mesmo!”, constata o portenho.
Malik se orgulha.
“Eu fui para as Copas de 2014 e 2018 e só vi os jogos da Argentina. Não tenho nenhum interesse por outra equipe”, afirma.
Andar pelas ruas de Doha é trombar com camisas das seleções brasileira e argentina no corpo de imigrantes que trabalham nos setores de construção e serviços. São as duas equipes que formam as maiores torcidas na Copa do Mundo. Isso por causa deles, não de gente que veio da América do Sul.
Para a população nascida na Índia, no Paquistão, no Bahrein, em Sri Lanka, em Bangladesh, no Bahrein e no Nepal que forma a massa operária no Qatar, não existem opções que não sejam as seleções de Neymar e Messi. Não é simpatia. É paixão. Perguntado sobre o tamanho da sua lealdade à Argentina, Shemin, 36, estica o braço e, com a outra, mão, faz gesto como se passasse uma faca pelo pulso.
“Se você me cortar, meu sangue vai sair azul e branco”, afirma o indiano funcionário de uma loja de artigos para celulares em Asian Town, o bairro de maior concentração de imigrantes de Doha, capital do Qatar. Ele não quis informar o sobrenome.
sobre Brasil e Argentina na Copa
Sua frase é quase uma letra de tango. Ritmo que ele não conhece, aliás.
Estimulado, Syed Iltakher Uddin, 40, de Bangladesh, começa a recitar nomes: Neymar, Antony, Dani Alves, Gabriel Jesus. Mostra no celular fotos de outros torcedores do Brasil que estão em sua terra natal.
“Somos muitos. Se um dia você for lá, vai perceber que somos milhões”, afirma ele.
“Mas por que você torce para o Brasil?”, quis saber o amigo que está ao seu lado.
É a dúvida de outros estrangeiros que estão na Copa do Mundo e constatam a devoção de pessoas que moram na Ásia e acompanham o que se passa no futebol da América do Sul.
Por quê?
“Isso vem dos anos 1980. Na Índia, no Paquistão e em outros países da região, o futebol começou a ser mostrado na TV na metade dos anos 1980. Quem tem idade para se lembrar dessa época gosta da Argentina por causa do Maradona. Há os que tiveram primeiro contato com futebol com o Mundial de 2002, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho. Muitos deles são fanáticos pelo Brasil”, explica o indiano Habiblir Rehmon, 29, dono de uma loja em shopping frequentado pelos imigrantes.
Fanático pela seleção brasileira, ele exibe ingresso para ver partidas da equipe de Tite no Qatar. Assistir a camisa amarela no Mundial é algo que ele jamais pensou possível.
“Tenho vários conhecidos que queriam ir e não conseguiram ingresso”, completa.
É uma tentativa também de ter uma seleção para chamar de sua, uma equipe que dispute partidas relevantes. A Índia está em 106º no ranking da Fifa. Bangladesk é 192º. Sri Lanka, 207º. Nenhum deles jamais se classificou para a Copa do Mundo.
Mas outras seleções ganharam nas últimas décadas e não encontram um fanatismo parecido no Qatar. França, Alemanha, Espanha e Itália venceram os últimos quatro torneios. A última vez que um sul-americano ganhou uma Copa do Mundo foi o Brasil em 2002. O caso argentino é pior. Foi em 1986.
As individualidades contam muito na maneira deles torcerem. A Argentina não venceu, mas nos últimos 17 anos teve Lionel Messi, um dos maiores jogadores da história. O Brasil do início do século teve Ronaldo e, principalmente, Ronaldinho Gaúcho.
“Quem for em Kerala vai encontrar velhinhos de 90, 95 anos com a camisa da seleção brasileira ou da argentina, torcendo. As ruas estão pintadas com as cores dos dois países”, Shahid Nelleri, 42
Kerala é região do litoral da Índia famosa pelas praias e pelo ecoturismo. “Nós fazíamos isso em Kerala. São muitas e muitas ruas. Há uma disputa. É um sentimento de amor imenso por Brasil ou Argentina”, constata Afreen Shihabudeen, que se mudou com a família para Doha.
Em Bangladesh, é uma rivalidade que pode ser preocupação policial. Quando as duas seleções se enfrentam, há brigas. Mortes já foram registradas. “É algo muito sério”, constata, com tom grave, Uddin. “Mas há também o lado alegre. As pessoas se reúnem para festejar, comer, beber e dançar.”
Sem ingresso, a maioria dos imigrantes em Doha fanática por Brasil e Argentina se concentra nas fan zones em dias de jogos. Eles gostariam de ir ao estádio, mas não será possível pela questão financeira e por não terem conseguido acessar o site da Fifa a tempo de comprar entradas.
Mesmo assim, eles estão fisicamente mais próximos de suas seleções do coração do que aqueles que continuam em seus países de origem. Já é alguma coisa.
“A gente espera que ela tenha essa mesma paixão pelo Brasil que nós temos. Isso vai acontecer”, promete o avô Shihabudeen Mohammed, sobre a neta Emin.
Com um ano de vida, ela já começou presenciando uma vitória da seleção preferida por sua família em Copas do Mundo.
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