“O apego é a raiz do sofrimento … liberte-se dele … o quanto antes … para compartilhar a felicidade” … Buda
Acabo de voltar de uma viagem rumo ao conhecimento, usando como meio de transporte excelentes filmes em exibição nos cinemas.
Eles me levaram para a fictícia ilha Inisherin, na Irlanda do ano 1923, onde fui recebido pelo nativo Pádraic, a quem fui logo pedindo:
Ensina-me algo que eu ainda não saiba e tenha o poder de mudar a minha vida para melhor.
– Cultive o gesto de se desapegar das coisas e das pessoas … fazendo isto, todas as outras virtudes virão naturalmente.
O ensinamento de Pádraic … personagem interpretado por Colin Farrel no filme “Os Banshees de Inisherin” vem da sua experiência pessoal vivida na história contada pelo filme.
O apego em excesso faz mal e todo excesso indica uma falta.
Ele faz o papel de um humilde camponês que se surpreende amargamente ao ser “cancelado” de uma hora para outra e de forma unilateral pelo melhor amigo de anos, numa ilha com poucos habitantes.
Sem entender o motivo do “gelo”… Pádraic se desespera, entra em pânico, depressão e é acometido por uma grave crise de ansiedade.
Triste, se afoga na bebida e assedia seu amigo Colm na busca de uma explicação lógica e convincente para aquele cancelamento súbito.
Após uma noite de porre extremo, Pádraic invade a casa do ex-amigo e aumenta o tom das queixas e reclamações e em resposta recebe do amigo uma ameaça impensável.
Colm ameaça e cumpre … para surpresa de todos … o ato de cortar um dedo da própria mão a cada nova investida de Pádraic na tentativa de reatar uma longa relação de amizade que ele deu por encerrada.
A ação impensável de Colm provoca no amigo retaliações ainda mais inimagináveis.
Daí para frente, cenas surpreendentes se sucedem em decorrência do surto de loucura de ambos, combinado com sentimentos de angústia e ansiedade de ambas as partes.
Este filme tem nota 8 … em minha opinião … e nos ensina a lição de que, às vezes, precisamos aprender a nos desapegar … daquilo ou de quem que mais amamos e dependemos emocionalmente … para não corrermos o risco do afogamento nas mágoas dos próprios sentimentos.
Tomar uma decisão que valha a pena, só depois de passada a emoção, é o caminho.
Deixar ir aquilo que já não nos pertence mais pode ser a decisão mais acertada para abrir caminho para novas experiências positivas de vida.
Acesso 14/02/2023, disponível em https://www.hojeemdia.com.br